domingo, 26 de fevereiro de 2012

(...) ensaio sobre


“o que você esta fazendo?”
Bem, talvez eu não saiba lhe responder com clareza sempre que me perguntas, mas posso lhe dizer sobre as coisas que se fazem presente nos meus dias.
Serve?
Bem, tenho arrastado os meus dias vendo-os passar pela janela do meu quarto. E diferentemente do bucolismo que antes eu procurava impregnar pelas horas dos dias com belas músicas, filmes e livros, agora as coisas tem sido bem quietas. Não há nada demais, na verdade. Nenhum grande pensamento, nenhum grande filme, nenhuma música para tirar os pés do chão por alguns minutos.
Não sei o exato fato que levaram as coisas a se tornarem tão corriqueiramente comuns e vazias. Talvez tenha sido a ânsia de viver que me fez esquecer que pelos valores que eu carrego, viver é muito simples. Bastam-me poucas coisas. Como diria Guimarães Rosa “Felicidade se acha em horinhas de descuido” Encontrei a minha a pouco tempo atrás antes de começar a escrever esse pequeno despejo sentimental e relato claro da necessidade de falar com você. Percebi porque vi um filme que se tornou o meu favorito e porque estou a algumas horas com o mesmo disco nos ouvidos.
É claro que o filme em questão, me deu, além de alguns questionamentos sobre a vida, a forte impressão de que é o tipo de filme que é seu.
E o disco em questão, me da, além de vários minutos de egocentrismo cultural, a forte impressão de que é o tipo de disco que é meu.
Meu e seu que compartilhamos. Nosso.
Ando tendo isso. Venho achando que o que é corriqueiramente seu, como suas músicas, filmes e livros favoritos, são também meus, ou, pelo menos, poderiam ser. E que o que é corriqueiramente meu, como meus livros, filmes e músicas, são também seus, ou, pelo menos, poderiam ser.
Às vezes eu acho que a um problema sério com a gente. Bem, não tão sério, porque sendo compartilhado, talvez não seja tão raro. Mas então, talvez nossos mundos se não o mesmo, são muito próximos.
São.
A esse ponto talvez eu tenha me perdido no sentido inicial desse texto que era lhe responder a pergunta que você sempre me faz. Bem, talvez a resposta mais sensata seja. “Eu estou fazendo exatamente o que você vê” Provavelmente com isso, estarei olhando para você e imaginando se afinal de contas, o nosso mundo é o mesmo, se viemos do mesmo planeta...


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